quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

“Ou os senhores se põem finos, ou nós não pagamos”




O deputado socialista Pedro Nunes Santos, vice-presidente do grupo parlamentar do PS, acerca da crise económica portuguesa, referiu que devido às condições em que nos emprestaram dinheiro, deveríamos  lançar-lhe uma "bomba atómica", quer os poria as pernas a tremer. Deveríamos dizer a esses tipos que: "Ou os senhores se põem finos, ou nós não pagamos”.

Eu também concordo que existe muita especulação e aproveitamento nas dificuldades dos países com problemas económicas. Também concordo que as condições de pagamento não são as ideais, pois para que os mercados acreditem em nós não basta reduzir o défice, temos que crescer economicamente, ou seja, temos que ter a capacidade de gerar riqueza.

Se as pessoas não têm dinheiro não gastam e se não gastam o comércio para, as lojas fecham, os fornecedores são obrigados a fechar e as fábricas, se o produto não escoa, são obrigadas também a fechar. Tudo isto gera mais desemprego e mais desemprego mais recessão. É uma bola de neve que não para de crescer.

Transportando isto para o senso comun, é o mesmo que eu não ter emprego, ou só ter um emprego em part time, que não me garantia dinheiro suficiente para pagar as minhas despesas mensais e ir pedir dinheiro emprestado a alguém, prometendo-lhe que a partir de agora irei reduzir ao máximo as minhas despesas, de modo a evitar gastos supérfluos.
A pessoa a quem eu eventualmente iria pedir o dinheiro pensaria o seguinte. OK. vais reduzir as despesas extras mas continuas sem meios de obter um orçamento mensal suficiente, como é que me conseguirás pagar o que me pedes emprestado.

Só se eu tiver condições para pagar o que pedi é que quem me empresta acredita que eu lhe vou pagar.

Os mercados também só acreditarão em nós se perceberem que a nossa economia será capaz de crescer, de modo a criar condições para lhes pagar.

Até o presidente Americano George W. Bush, que tinha fama de ter um bom sentido de humor, tinha uma placa em cima da sua secretária que dizia. "E a economia ó estúpido". para se lembrar constantemente de que tinha também de cuidar da economia do pais.

 "Ou os senhores se põem finos, ou nós não pagamos” , não era nada que esses senhores não merecessem mas,  não foram os investidores que nos puseram na situação em que estamos, fomos nós que nos pusemos a jeito. Fomos nós que passámos décadas a gastar como se não houvesse amanhã, com sonhos e obras megalómanas que estavam muito para além das nossas possibilidades e talvez das nossas necessidades, para não falar dos respectivos aproveitamentos dos chicos-espertos do costume.
O problema é que, quer nós queiramos quer não, estamos no buraco e temos que sair de lá, e como continuamos a precisar de dinheiro e não o temos...

Imaginemos o que seria se em vez de ser o dito deputado  Pedro Nunes Santos a proferir a frase em questão, fosse o Primeiro Ministro ou o Ministro das Finanças, gente que quer queiramos quer não, tem a responsabilidade de tirar o país do buraco. Não sei se irão conseguir, ou se estão a fazer a coisa certa para o conseguir, mas isso é outra história.

Portanto, mais vale o sr. deputado  Pedro Nunes Santos estar calado e não lançar mais bombas, porque para além de podermos passar a ser considerados bombistas e passar a constar da lista dos países do Eixo do Mal do tio SAM, do outro lado, do lado do tal "Eixo Franco Alemão", a resposta poderá muito bem ser:

"Ou os senhores se põem finos, ou nós não emprestamos mais”.


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