sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Vamos mas é voltar ao escudo




Segundo dados revelados pelo Banco de Portugal, os portugueses guardam 163 milhões de euros em moeda antiga, o que corresponde a quase 33 mil milhões de escudos, ou seja 33 milhões de contos, isto depois de mais de 10 anos do euro em circulação no país.

É sabido que em muitos locais do interior e não só, devido á dificuldade que as pessoas tinham em se deslocar aos bancos, acrescido da não menor dificuldade de lidarem com cheques para já não falar de multibanco, muitas pessoas guardavam o dinheiro "debaixo do colchão".

Também havia pessoas que, por desconfiança ou medo de perderem o dinheiro, sentiam-se mais seguras e confortáveis se o tivessem alí ao pé de si, debaixo de olho não fosse o diabo tecê-las e de um dia para o outro ficassem sem o que lhes tinha custado uma vida de sacrifícios a amealhá-lo.

Algumas escondiam-no tão bem escondido que houve até casos em que essas pessoas faleceram se terem tempo de revelar aos seus herdeiros o local do esconderijo e depois, em muitos desses casos, ou deu uma trabalheira danada a encontrá-lo ou perdeu-se para sempre o que foi pior.

Agora, numa altura destas ainda andarem 33 milhões de escudos, porque é de escudos que estamos a falar, é obra.

Eu não sei como é que o Banco de Portugal chegou a esta quantia mas parece-me algo elevada, senão vejamos. A população portuguesa é de cerca de 10 milhões de pessoas, mais coisa menos coisa, fazendo aqui uma média, 33 milhões a dividir por 10 milhões, isto dava cerca de 3,3 milhões de contos a cada português ou seja 3,3 mil milhões de escudos

Bom, com tantos milhões e mil milhões, já nem sei se fiz bem as contas mas, se estão bem feitas, não será que o Banco de Portugal quereria dizer 33 mil contos em vez de 33 milhões de contos? É que isto em euros, para nos situarmos melhor, dá 16,3 milhões de euros a cada português.

Vamos mas é voltar imediatamente ao escudo pois com o empobrecimento que grassa por este Portugal, acho que já temos menos euros que escudos.




terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Emigrem pá!


Espero que tenham tido um Bom Natal junto dos que mais gostam e que o ano de 2012 não seja mau de todo (se a Troika, liderada pela dupla Franco Alemã, coadjuvada pelo Roger Rabbit, Gasparzinho e companhia deixarem), porque bom não deverá ser de certeza.

Se acharem que a coisa está má, a melhor opção será talvez emigrar.

Se não souberem para onde:
Perguntem a este senhor, que ele deve saber.



Se não souberem como:
Comprem o kit que ele tem tudo o que necessitam.



Este ano já emigraram entre 100 a 120 mil portugueses, situação só comparável às décadas de 60 e 70 e como era de esperar, prevê-se que no próximo ano esse número aumente ainda mais.


Até ao final do ano, aproveitem para ressacar dos bolos-rei, sonhos e rabanadas e das espirituosas que os acompanharam, porque para o ano, a não ser que emigrem, podem ter que comemorar com filhós caseiras - muito boas! - e um resto de água-pé que tenha sobrado do S. Martinho.



quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Boas Festas



We wish you a Merry Christmas - Enya

Bebam com moderação e comam à vontade porque o que nos faz mal não é o que comemos entre o Natal e o Ano Novo mas sim o que comemos entre o Ano Novo e o Natal.

Feliz Natal e que 2012 traga tudo o que desejarem.

Preço das SCUT



O PS defendeu, esta quarta-feira, no Parlamento a redução do valor das portagens nas SCUT do interior, desafiando o Governo de Passos Coelho a rever para baixo os valores das portagens nas auto-estradas 23, 24 e 25.

O vice-presidente da bancada do PS, Mota Andrade, disse que o valor a pagar pelo quilómetro é elevado e exigiu que haja uma diferenciação face às auto-estradas do litoral.

O secretário de Estado dos Transportes não respondeu ao repto socialista, mas defendeu que a introdução de portagens é essencial para assegurar a «sobrevivência» e «sustentabilidade do modelo».

Jornal A Bola, edição de 21-12-2011

Dadas as circunstâncias económicas do país eu até não discordo de todo, que se paguem portagens nas scuts, mas isto é um abuso. Isto afecta em muito as despesas já de si insuportáveis dos portugueses que utilizam estas vias, para não falar da penalização da economia das regiões do interior do país.

Costumo utilizar a A1 até Torres Novas e a A23 até Abrantes.
Em 97 Km de A1, pago 5,65€, o que dá 0,058€ ou seja 5,8 cêntimos por quilómetro
De Torres novas à segunda saída de Abrantes, levo com quatro pórticos, um de 1,20€, dois de 1€ e mais um de 1,10€, pelo que me sacam-me agora, para não utilizar outro termo, 4,30€ . Aguenta e não chora!
Ora, isto dá 0,10€ ou seja 10 cêntimos por quilómetro. E isto numa coisa que é uma espécie de auto estrada.


 Porque raio é que numa auto estrada de segunda ou terceira categoria, o preço por quilómetro há-de ser o dobro do preço da principal auto estrada do país.







PT põe clientes a pagar para verificar cobertura de TDT




Segundo a DECO, num comunicado emitido esta quarta-feira,  a Portugal Telecom, que é a entidade responsável por implementar a Televisão Digital Terrestre (TDT) em Portugal, está a aconselhar os consumidores a pagarem do seu bolso a técnicos para verificarem a cobertura do sinal.

A DECO, no seu comunicado, vê com preocupação a chegada do primeiro apagão da televisão analógica no litoral do País, marcado para 12 de Janeiro, que afecta cerca de 1 milhão de famílias. Para a DECO, campanhas de informação «tardias e pouco claras com resultados muito aquém do desejável não motivaram os portugueses a mudar para a TDT». 

No interior do país, as principais operadoras de TV por cabo, tentam que as pessoas subscrevam serviços de televisão por cabo ou via satélite, com a desculpa de que a partir de Janeiro irão ficar sem ver televisão se não subscreverem um daqueles serviços pagos que incluem televisão, telefone e internet.

O pior é que, por desconhecimento, algumas acabam mesmo por subscrever um daqueles serviços.

Como se já não bastasse estar-mos a pagar tudo mais caro, incluindo a saúde, que deveria ser suportada pelo estado - com a última actualização das taxas moderadoras, já não faz sentido falar de acesso grátis à saúde - aí vem mais uma tentativa de os portugueses passarem a pagar mais um serviço que até agora foi público, isto se nos quisermos esquecer da taxa audiovisual da factura da EDP.

Aposto que não deve tardar muito até que apareça por aí mais uma forma qualquer, disfarçada ou não, de passarmos a pagar a TDT

Porque é que somos nós que temos que pagar se não fomos nós que pedimos a TDT.
Se o estado quer mudar o sinal, deve fornecer os equipamentos que permitam ter esse sinal, ou então, dado que as novas televisões já vêm preparadas para receber o sinal digital, bastaria manter o sinal analógico em simultâneo com o digital por mais um par ou dois de anos e a coisa estava resolvida, ou então, retardar um pouco a entrada do sinal digital. 

Bem sei que esta é uma medida da CEE mas nem todos os países alteraram de imediato o sinal de TV. Segundo parece, Portugal é o primeiro a ter uma cobertura nacional de TDT.

Compreende-se, como somos um país rico, damos logo o exemplo para que esses europeus de meia tigela vejam que nós estamos sempre na vanguarda.







quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

“Ou os senhores se põem finos, ou nós não pagamos”




O deputado socialista Pedro Nunes Santos, vice-presidente do grupo parlamentar do PS, acerca da crise económica portuguesa, referiu que devido às condições em que nos emprestaram dinheiro, deveríamos  lançar-lhe uma "bomba atómica", quer os poria as pernas a tremer. Deveríamos dizer a esses tipos que: "Ou os senhores se põem finos, ou nós não pagamos”.

Eu também concordo que existe muita especulação e aproveitamento nas dificuldades dos países com problemas económicas. Também concordo que as condições de pagamento não são as ideais, pois para que os mercados acreditem em nós não basta reduzir o défice, temos que crescer economicamente, ou seja, temos que ter a capacidade de gerar riqueza.

Se as pessoas não têm dinheiro não gastam e se não gastam o comércio para, as lojas fecham, os fornecedores são obrigados a fechar e as fábricas, se o produto não escoa, são obrigadas também a fechar. Tudo isto gera mais desemprego e mais desemprego mais recessão. É uma bola de neve que não para de crescer.

Transportando isto para o senso comun, é o mesmo que eu não ter emprego, ou só ter um emprego em part time, que não me garantia dinheiro suficiente para pagar as minhas despesas mensais e ir pedir dinheiro emprestado a alguém, prometendo-lhe que a partir de agora irei reduzir ao máximo as minhas despesas, de modo a evitar gastos supérfluos.
A pessoa a quem eu eventualmente iria pedir o dinheiro pensaria o seguinte. OK. vais reduzir as despesas extras mas continuas sem meios de obter um orçamento mensal suficiente, como é que me conseguirás pagar o que me pedes emprestado.

Só se eu tiver condições para pagar o que pedi é que quem me empresta acredita que eu lhe vou pagar.

Os mercados também só acreditarão em nós se perceberem que a nossa economia será capaz de crescer, de modo a criar condições para lhes pagar.

Até o presidente Americano George W. Bush, que tinha fama de ter um bom sentido de humor, tinha uma placa em cima da sua secretária que dizia. "E a economia ó estúpido". para se lembrar constantemente de que tinha também de cuidar da economia do pais.

 "Ou os senhores se põem finos, ou nós não pagamos” , não era nada que esses senhores não merecessem mas,  não foram os investidores que nos puseram na situação em que estamos, fomos nós que nos pusemos a jeito. Fomos nós que passámos décadas a gastar como se não houvesse amanhã, com sonhos e obras megalómanas que estavam muito para além das nossas possibilidades e talvez das nossas necessidades, para não falar dos respectivos aproveitamentos dos chicos-espertos do costume.
O problema é que, quer nós queiramos quer não, estamos no buraco e temos que sair de lá, e como continuamos a precisar de dinheiro e não o temos...

Imaginemos o que seria se em vez de ser o dito deputado  Pedro Nunes Santos a proferir a frase em questão, fosse o Primeiro Ministro ou o Ministro das Finanças, gente que quer queiramos quer não, tem a responsabilidade de tirar o país do buraco. Não sei se irão conseguir, ou se estão a fazer a coisa certa para o conseguir, mas isso é outra história.

Portanto, mais vale o sr. deputado  Pedro Nunes Santos estar calado e não lançar mais bombas, porque para além de podermos passar a ser considerados bombistas e passar a constar da lista dos países do Eixo do Mal do tio SAM, do outro lado, do lado do tal "Eixo Franco Alemão", a resposta poderá muito bem ser:

"Ou os senhores se põem finos, ou nós não emprestamos mais”.


terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A mim não me choca nada!



Há já algum tempo que andava a pensar em criar um blogue mas sem saber se tinha jeito para a coisa, nunca avancei mais com a ideia.
Numa passagem ocasional pelo facebook (não perco muito tempo com o facebook, as minhas passagens por lá são sempre rápidas e ocasionais) vi um botãozinho a sugerir-me criar um blogue.

Quase por curiosidade, fui seguindo os passos, quando dei por mim, tinha concluído o processo, e de repente vi-me detentor de um blogue sem saber bem o que fazer com ele.

Bom, alguma coisa há-de sair, se não sair paciência.

Já que o objectivo é escrever qualquer coisa - opinar, como sugere o título do blogue - e nem de propósito, exactamente no momento em que acabo de criar a coisa, estava eu a ver uma entrevista na SIC Notícias ao Primeiro Ministro deste país, Dr. Passos Coelho, quando o entrevistador Nuno Rogeiro perguntou ao dito cujo se não o chocava ver uma Europa vendida a retalho, por exemplo países como a china a comprarem a maior parte das empresas europeias.

O Primeiro Ministro, com o hábito que já lhe conhecemos de ter sempre a resposta pronta, respondeu o seguinte:
- A mim não me choca nada!

Fiquei de boca aberta. Só me faltava ver um Primeiro Ministro do meu país dar uma resposta desta.

Ele até poderia ter dito - mesmo que não o pensasse - que sim, que não gostava do que estava a acontecer à Europa mas devido à conjectura actual, não tinhamos outro remédio, blá blá blá.
Mas não, "a mim não me choca nada".

Bom, a mim é que já nada me choca a partir de agora, nem mesmo num futuro próximo ver um chinês qualquer a dar ordens ao Primeiro Ministro Português.